Quisera eu ter a fé de quem participa de um movimento para qualquer coisa. Movimento para mudar o preço da passagem de ônibus. Para acabar com a Copa. Para trazer de volta o feudalismo (sem illuminatis, por favor). Movimento pela coxinha com legumes. Hoje em dia é tudo movimento, parece até a infinita highway.
Mas as pessoas estão realmente andando? Não no sentido literal da coisa, porque sim, continuamos andando para ir para o trabalho, para casa ou nessas marchas com ou sem família. Exceto pelo Stephen Hawking e alguns outros, o mundo continua caminhando A pergunta é: as pessoas estão indo para algum lugar?
Vivemos a Era das discussões, diria o Hobsbawn. Hoje em dia tudo é discutido, tudo é falado, os movimentos nascem, crescem e aderem ao mundo social e político, filosófico e artístico, ficando danados, letrados, inteligentes e sabidos em questão de segundos. Mas fica sempre aquela sensação de que não temos a menor ideia do que estamos falando. De que entramos em uns sites meio idiotas e de lá tiramos conclusões mais imbecis ainda, escrita por gente que as vezes caminha do lado certo, outras vezes do lado errado. E tem gente que até não caminha, se você for discutir física e usar alguma coisa do Hawking, por exemplo. Os futuristas ficam nessa de que a informação está cada vez mais na palma da mão e que em poucos anos seremos capazes de imprimir argumentos em impressoras 3D e quiçá atirá-los na cara dos “inimigos” (aos quais às vezes desejamos vida longa, em outras os odiamos por gostarem de funk). E se nós calmássemos de fuck down como dizem os gringos e por alguns instantes olhássemos e pensássemos EITA CARALHO QUE TAL EU FICAR QUIETO?
O assunto merece discussão. Quem sabe até um movimento sobre. No qual as pessoas caminhariam. Menos eu, que virei o louco da magrela.