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Manual de guerrilha urbana para policiais

A situação na cidade beira o caos. Milhares de baderneiros, armados com flores, cartazes, pedras, paus, fins dos caminhos e vinagres fazem sangrar alguns corações financeiros de São Paulo. À polícia cabe combater esses arruaceiros, esses jacobinos, essa gente que fica chamando às pessoas para a rua com o que pode. Sendo assim, em um serviço de utilidade pública, darei algumas dicas de como se prevenir do ataque de jovens, de mulheres, de senhores, da sociedade onde já civil tanta treta assim?

LEVE UMA SALADA: todo mundo sabe que a boa alimentação é preceito básico para ser um policial. Afinal de contas pega mal para a corporação quando aparece um PM tão gordo que para prender alguém ele tem de tirar a algema do umbigo. Sendo assim, leve um pé de alface para os protestos. Com os delinquentes juvenis aprendendo a fazer bombas atômicas com vinagre, essa é a hora de unir o útil ao agradável no ambiente de trabalho. Se possível, acompanhe um tomate, uma cebola e se for mês de décimo-terceiro, leve até uma muçarela de búfala para dar uma incrementada nessa salada. Mas lembre-se, nada de comer coxinha junto com as folhas. É feio, não combina e engorda.

CARREGUE SEMPRE UMA PLAYBOY: isso mesmo, senhor policial. A revista está no fim e está mais barata. Veja, o senhor está lidando com alguns adolescentes cujos hormônios estão mais quentes que informação de boca de quebrada. Imagina que o senhor está lá, apenas fazendo seu trabalho, daí surge o jovem e tasca logo um abraço no seu escudo. Como é que pode, seu guarda? Não dê vacilos. Carregue uma Playboy com o senhor que em instantes o adolescente deixará de fazer essas coisas de arruaceiro para ir ao banheiro mais próximo descarregar suas energias.

ANDE COM CUPONS DE DESCONTOS EM LOJAS DE SAPATOS: o senhor oficial sabe muito bem que as madama não aguentam meia hora em loja de sapato. Sendo assim, não seja intimidado por repórteres que deveriam estar em suas casas passando aquela roupa ou lavando aquela louça. Saudades de quando o jornalismo era feito por homens feios, como o Samuel Wainer. Agora não, a redação tá cheia de mulher e elas não estão mais servindo café. O mundo está perdido! Mas divago, nobre policial. O lance é o seguinte: saca logo um cupom de desconto na frente da madama. Imagina que a mulher vai ficar ali em pé, gritando e suando, se tem um sapato alto em promoção na loja mais próxima. Outra solução é empurrar as moças que protestam para a Oscar Freire. Não há quem resista, senhor soldado.

COMBATA PÓLEN COM PÓLEN: isso mesmo, senhor PM. Não dê vacilos na hora que um furibundo manifestante vier na sua direção com rosas. Equipado com roupas de apicultor, sente o sarrafo de abelhas nesses abelhudos sem dó nem piedade. Veja o mel da ordem escorrer pelas mãos desses vagabundos que deveriam estar na escola ou no trabalho. Que esses vagabundos sigam o exemplo das trabalhadoras abelhas.

CONTRA-INFORMAÇÃO É A ARMA DA INFORMAÇÃO: todos nós sabemos que numa guerra, a informação ganha batalhas. Por isso, busque desinformar o inimigo. É comum que transeuntes cheguem as policiais nas ruas. Informe o caminho errado. O cara quer ir no Anhangabaú? Ótimo, mande ele para o Bom Retiro! O caminho mais rápido para a Freguesia? Jogue o infeliz no Marsilac! Ah, como faz para chegar na Vila Nova Iorque? É fácil, mande ele ir para Cumbica, pegar um avião e descer no La Guardia.

CHAME AS PESSOAS PARA SUAS CASAS: o discurso contrário é ótimo para atuar na contrariedade do discurso. Se os manifestantes começarem a chamar os populares para as ruas, incitem para que elas fiquem em suas casas. Anunciem a programação da TV em caixas de som, obviamente mentindo quanto à programação. Digam que vai reprisar Avenida Brasil, que o Palmeiras e o Corinthians estão se enfrentando e o jogo está 9 x 8 com menos de 20 minutos, que o João Kleber está fazendo teste de fidelidade com a Clarice Falcão e a Nanda Costa nuas. AJAM!

USEM MEMES: a internet é hoje um poder importante na vidas do jovem. Sendo assim, se adeque as novas mídias. Se o manifestante gritar SEM VIOLÊNCIA, responda com um SÓ QUE NÃO e atire uma bala de borracha em local estratégico. Se todos ficarem parados, avancem aos gritos de CORRÃO. A juventude é antenada, seja você também um PM antenado.

SAIA ÀS RUAS COM ROUPAS DO CIBERCOPS: jovem que é jovem tem saudade da infância. Saia as ruas vestido de Cibercops ou Jiban, policiais corretos no imaginário infantil. Nenhum manifestante será capaz de jogar flores em um herói.

Diário de um diploma de jornalismo

Você me ganhou, cara. Depois de quatro anos, você finalmente me ganhou. Depois dos cochilos nas aulas de filosofia, dos bares idos durante as aulas de semiótica, você finalmente me ganhou. Mas valeu a pena? Pensa bem, era isso mesmo que você queria? Eu sei que você se divertiu na faculdade, fez grandes amigos, alguns inimigos e um desses pode ser seu chefe no futuro. Bebeu todas as coisas possíveis, comeu mal, comeu bem e não comeu. Estudou, enrolou, acendeu e fumou. Mas de verdade, valeu a pena?

É aquilo, alguns dizem que sou só um pedaço de papel, que a nossa profissão não precisa de formação específica, como se jornalismo fosse uma pinta, uma mancha na coxa da Angélica: ou a gente já nasce com a bagaça ou então vai vender Barsa. Visto dessa forma, você me ganhou e eu tenho tanta importância quanto uma conta de luz paga há três anos. Mas pensa bem, cara: foram quatro anos da sua vida. Tem gente que não vive quatro anos. Tem time que não ganha títulos há quatro anos. É tempo pacaraleo amigão. Nem mulher você cobiça durante quatro anos, em uma luta incessante contra o frio, a fome, o sono, o saco cheio. Tem lá suas recompensas, quando rola um trabalho bem feito ou aquela prova que você imagina um zero e veio um seis e meio firmezaço. Mas tem as notas vermelhas, as frustrações, os trabalhos em grupo. Toda uma gama de imbecilidade que só quatro anos de faculdade pode nos oferecer.

Daí fica a pergunta: eu sou importante? Sua mãe me adora, seu pai até chora quando me vê. E eu sou entregue em festa né amigo, com você de beca e tal. Tenho meu ar solene, apesar de estar meio datado. Tipo a Rainha da Inglaterra. Daí você chega em casa, bêbado, me dá uma mirada e diz que amanhã vai me colocar em um quadro. O amanhã vira depois, que vira ano que vem que vai virar próxima vida. Quatro anos de luta para me colocar numa gaveta, do lado de inúteis como a Certidão de Nascimento e o Título de Eleitor, que ao menos de quatro em quatro anos vê a luz do sol e sente o couro da carteira. É amigo, eu valho a pena, mas sua alma é que é pequena.

007 o espião que pautava

Agora todos são suspeitos. O praieiro. O guerreiro. O solteiro. Querem mais o que, depois que William Waack foi citado no WikiLeaks como agente da CIA.

Vamos comprar pão com um pé atrás. Chegar no trabalho e suspeitar daquele colega que te olha até quando você vai grampear uma folha na outra pensando que na verdade está grampeado. Todo mundo é suspeito até que se prove o contrário, ou seja, que todo mundo não é suspeito.

A vida virou um romance do John Le Carre. Um Alfaiate do Panamá só que na José Paulino. William Waack, que rasgava as madrugadas só de mil e cem com Cristiane Pejalo, agora trabalha para os ianques, é alemão. Aliás, seria o generoso decote de Pelajo uma espécie de base de mísseis, daquelas que se tem em Cuba e na Turquia? Será que nunca notamos que Waack, William Waack, é finger set (dedo de seta para os gringos)  dos americanos porque Cristiane nos distraia com seus dois satélites naturais (eu acho)? A dúvida permanece, todas as dúvidas permanecem.

E o que será que Waack contou para os americanos? Teria nosso intrépido jornalista-espião dito que nessa terra tem palmeiras onde cantam os sabiás? Ou será que ele avisou logo de cara que o morro do Dendê é ruim de invadir? Saberemos somente quando o Wikileaks conseguir devassar os seios de Cristiane Pelajo. Isso se os americanos não chegarem antes.

Corri, comi pouco e venci

Gorbatchev levantou e bateu palmas. Derrubei Ivan Drago, derrubei o comunismo e se bobear derrubei até aquele baleiro do boteco da esquina. Começou a tocar Gonna fly now, essa é a hora que eu dou um salto em comemoração e caio de joelhos no chão, sabe-se lá como fazer isso sem arrebentá-los, mas ok. Venci o bolão, após treinos na neve e dieta de invejar o mais ardoroso trotskista exilado na Sibéria.

Tudo bem que não foi com todas essas glórias, mas eu venci o bolão do peso. Perdi oito quilos em dois meses abdicando do refrigerante, do quindim e cometendo outros crimes pelos quais vou lembrar o resto da vida. Mas venci, afinal o Maquiavel diz que os fins justificam os meios. Agora a principal pergunta das pessoas é se voltarei a ser aquela bola de fogo que era antes. Continuarei correndo e bebendo, mas não ao mesmo tempo para não cair.

Não que eu esteja magro e tenha o sonho de chegar em 2012 como aqueles castores que são paus de virar tripa com a pele flácida para poder planar MEU DEUS QUE GRANDE IDEIA, pelo contrário. A meta é ficar com o peso ideal para conseguir ir até a padaria comprar sorvete ou Coca zero sem morrer. Coca zero para a Amber, porque eu estou tomando chá, vai vendo a fita cê num acredita. Mas não abdicarei do sorvete jamais, sou absolutista LE SORVETE CES’T MOI!

Mas quem sabe um dia eu fique magro o suficiente para ligar para o Stallone e falar “aí, se liga, você ganhou roubado do Ivan Drago e agora é a hora da justiça ser feita!” e desafiá-lo para uma partida de Fifa na PSN.

Karamázov, cadê meu carro?

Não sei se é de conhecimento de vocês, mas estou na saga do Irmãos Karamázov. Saga não por ser um livro chato, ao contrário. Mas é muito difícil. Dostoiévski te joga num turbilhão de ideias sobre religião, pobreza, relações humanas, a porra toda.

Quando eu comecei Crime e Castigo, tinha alguns engulos com a descrição de São Petersburgo e do apartamento do Raskólnikov. Era tudo muito pobre e triste, até doentio. Mas um trecho do Karamázov superou tudo que já foi escrito. O trecho trata da discussão dos irmãos Ivan e Alieksiêi Karamázov sobre Deus e as coisas da religião. Em determinado momento, Ivan já havia dito que “o estranho e surpreendente não seria o fato de Deus realmente existir; o que porém, surpreende é que essa ideia – a ideia da necessidade de Deus – possa ter subido à cabeça de um animal tão selvagem ou perverso como o homem, por ser ela tão santa, tão comovente, tão sábia e tão honrosa ao homem”. Mas a parte mais genial da disucussão sobre a existência divina ou sua necessidade e existir está no trecho abaixo, tão desgraçado quanto qualquer outra coisa que já li do russo biriteiro e jogador de caxeta:

O pai e a mãe de uma menininha de cinco anos, “pessoas honradíssimas, funcionários públicos, instruídos e educados”, tomaram-se de ódio por ela. Vê, torno a afirmar positivamente que existe uma peculiaridade em muitas criaturas da espécie humana – é o amor à tortura de crianças, e só de crianças. Esses mesmos supliciadores, como europeus instruídos e humanos que são, tratam todos os outros sujeitos da espécie humana até com benevolência e docilidade, mas adoram torturar crianças, até gostam de crianças nesse sentido. Neste caso, é precisamente o lado indefeso dessas criaturas que seduz os torturadores, e a credulidade angelical da criança, que não tem a quem recorrer, é o que inflama o sangue abjeto do torturador. Em todo homem, é claro, esconde-se uma fera, a fera da cólera, a fera da excitabilidade lasciva com os gritos da vítima supliciada, a fera que desconhece freios, dessacorrentada, a fera das doenças, da podagra e dos fígados adoecidos na devassidão. Esses pais instruídos sujeitaram a pobre meninha de cinco anos a todo tipo de suplícios. Espancaram, açoitaram, chutaram sem que eles mesmos soubessem por quê, transformaram todo seu corpo em esquimosses; por fim, chegaram até o requinte supremo: trancaram-na uma noite inteira de frio e gela em uma latrina só porque, durante a noite, ela não pediu para fazer suas necessidades (como se uma criança de cinco anos, em seu pesado sono de anjo, já fosse capaz de pedir para fazer suas necessidades); por isso lhe lambuzaram todo o rosto com suas fezes e a obrigaram a comê-las, a mãe fez isso, a mãe a obrigou! E essa mãe conseguiu dormir, enquanto se ouviam durante a noite os gemidos da pobre criancinha trancada naquele lugar sórdido! Compreendes quando um pequeno ser, que ainda não tem condição sequer de entender o que se faz com ele, trancado naquele lugar sórdido, no escuro e no frio, bate com seus punhozinhos minúsculos no peitinho martirizado e chora as lágrimas de sangue, complacentes e dóceis, pedindo ao “Deusinho” que o proteja ali – tu entendes esse absurdo meu amigo e irmão, meu dócil noviço de Deus, entende para que serve esse absurdo e para que ele foi criado? Sem ele, dizem, o homem não conseguiria viver na Terra, pois não teria conhecido o bem e o mal. Para que conhecer esse bem e esse mal dos diabos a um preço tão alto? Sim, porque nesse caso o mundo inteiro do conhecimento não valeria essas lágrimas de uma criancinha dirigida ao seu “Deusinho”. Não falo do sofrimento dos adultos, estes comeram a maçã e o diabo que os carregue, e carregue a todos, mas elas, as crianças!

Eu queria até saber o que dizer, mas eu sou burro demais para entrar no mérito da discussão. A única coisa que consigo expressar é DOSTOIÉVSKI SEU DOENTE SE TRATA! Pena que o barba já morreu.

PS: segundo o tradutor do livro, tratam-se de histórias reais muito estudadas pelo Dostoiévski. Doente.

G121, Jardim Fontales, Perifa

Mano Obama mandou aquele salve quando viu Lula na reunião do G20, o grupo dos 20 países mais vagabundos do mundo. Sem cerimônias, Obama chamou o Lula para a galera e disse que ele é o cara, o mano firmeza, o truta forte da quebrada.

Mano Obama, ligado qual é do bagulho, também foi preza ao dar de presente para a Rainha da Inglaterra um Ipod da hora com o melhor do gangsta rap e do punk rock. Certeza que ele meteu na playlist Never mind the bollocks do Sex Pistols para que a Rainha chacoalhe sua cabeça real ao som de Anarchy in the UK. Amanhã a velhinha real vai pichar no muro do Palácio de Buckingham os dizeres “God save the queen, the facist regime!”.

Put your hands in the air, yo, yo, yo, yo!

Put your hands in the air, mothafuckers!

Mano Obama usa o twitter, tem blackberry (claro, porque whiteberry é coisa da Klan. Claro não, escuro), tá no Orkut e tira fotos da Michelle lavando a chevettera no final de semana.

Mano Obama reúne os truta firmeza para um churrasco em Camp David, que até o final do mandato deve mudar o nome para Refugee Camp D. Ready or not, he are come, you cant hide man!

Mano Obama, um truta firmeza, um mano de atitude. Diz para o mundo que o Lula é o cara cheia e ninguém se liga. Porque no trem da malandragem e da política internacional o rap e a ironia é o trilho.

Top 4 cenas de cinema que eu queria que acontecessem comigo mas o Harrison Ford chegou antes

Quem já leu mais de dois textos deste espaço, além de ser um mestre da paciência e um sádico em potencial, sabe que eu gosto de cinema. Não que meu gosto seja refinado, é claro. Eu não falo de Truffaut, de por exemplo, e tenho asco ao Lars Von Trier. Eles são merdões, mas o mundo cult adora. De qualquer forma, op leitor percebe que tenho lá meus conhecimentos em filmes clássicos, em grandes merdas e em Star Wars.

Uma das coisas que mais me empolga no cinema é doce ilusão de que a cena na tela grande poderia um dia acontecer comigo. Eu saio alucinado após uma sessão, imaginando como seria se eu fosse o protagonista de determinada tomada. Por isso  – e pela mais completa falta do que falar aqui – resolvi que era hora de dar vida ao Top 4 cenas de cinema que eu queria que acontecessem comigo mas o Harrison Ford chegou antes. Eu sei, o nome é grande. Mas a idéia é minha, então pegue esse kibe e se vire.

O Poderoso Chefão

Todo mundo lembra da cena clássica onde Don Corleone manda que seus capangas decepem o cavalo de um produtor de Hollywood. O Don é tão fodão que, não contente em mandar o pangaré para o céu dos eqüinos, ainda manda que a cabeça do trotador seja colocada na cama do cara. Ou seja, o figura acorda, pensa que está naqueles dias de mulher e quando vê, voilá, a cabeça do seu estimado animal divide a cama com ele.

Isso me remete a um poodle chato que meu vizinho tinha. O desgraçado não podia me ver, a qualquer hora do dia, que já queria me morder. Não aquelas brincadeiras de cachorro: o infeliz queria dar cabo da minha vida. E o maldito do dono assistia aquilo como se eu fosse um gladiador em uma arena romana lutando contra tigres e leões. Sempre que eu saía o dono fazia questão de abrir a porta e observar aquele animal feroz investir contra a minha pessoa. Não decepei o bicho o deixei que sua cabeça atazanasse os sonhos do dono maldito por conta de problemas logísticos. Mas o cachorro sumiu, depois de um tempo. Meu consigliere deve ter cuidado disso. Valeu irlandês!

Star Wars – O Império contra-ataca

Luke e Darth Vader se enfrentam. Vader, o crioulo mais motherfucker da Galáxia, havia matado o mestre de Luke. Tomado pelo ódio, o jovem Jedi investe com fúria para cima do mestre Sith. Até que Vader, mais poderoso, decepa a mão de Luke (nota: não tenho nenhum fetiche com cortes e coisas do tipo) e conta a Luke toda a verdade, nesta cena que é uma espécie de Maria do Bairro das Galáxias:

– Luke, I am your father!

Pois bem, meu filho chega no auge dos seus 15 anos e diz, sem nem ao menos preparar meu coração:

– Pai, virei palmeirense!

Então começamos a lutar pela casa. Com sabres de luz, é claro. Em determinado momento, meu filho é encurralado. Decepo sua mão e aponto meu sabre para ele.

– É inútil resistir ao poder do lado maloqueiro da Força!!
– Eu nunca vou comer dogão na porta do Pacaembu!
– Luke, eu sou seu pai!
– LOL!
– Una-se a mim e juntos poderemos fazer o porópópó em família!

Daí o moleque salta do sofá e é salvo pela irmã. Que ele não sabe que é irmã dele, é claro.

Moulin Rouge

Para declarar seu amor à cortesã Satine, o jovem escritor cujo o nome me fugiu e que é interpretado pelo Ewan McGregor cantar Your Song, do Elton John. How wonderful life is, now you are in the world.

Para declarar meu amor à Imperatriz, eu fico quieto porque canto mal. Maior declaração não há.

Indiana Jones e a última cruzada

Prestes a pôr as mãos no Santo Graal, Indiana Jones têm antes de passar por três desafios de fé: o nome de Deus, o sopro de Deus e o caminho, ou a ponte filha da puta de pequena e quase invisível, de Deus.

Prestes a tomar uma Serra Malte gelada, eu teria de passar por três desafios de muita fé: tomar Nova Schin quente acompanhada de uma caprichada porção de alho, sentir meu próprio hálito depois de doses cavalares e andar por sobre uma linha reta em direção ao banheiro.